Sal, luz, uma cidade sobre um monte
Goheen, M. W. Introdução à cosmovisão cristã: vivendo na intersecção entre a visão bíblica e a contemporânea. São Paulo: Vida Nova, 2016.
Nos dias de Jesus havia pelo menos quatro alternativas aparentemente razoáveis, mas fatais, para um testemunho fiel do reino de Deus. Os essênios se retraíram da sociedade, os saduceus fizeram concessões ao Império Romano, os fariseus se refugiaram na religião organizada e os zelotes usaram todos os meios possíveis, incluindo a violência, para instaurar o reino com suas próprias forças. Foi no contexto vibrante dessas abordagens infiéis à cultura que Jesus falou as palavras do Sermão do Monte:
Vós sois o sal da terra; mas se o sal perder suas qualidades, como restaurá-lo? Para nada mais presta, senão para ser jogado fora e pisado pelos homens. Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre um monte; nem os que acendem uma candeia a colocam debaixo de um cesto, mas no velador, e assim ilumina a todos que estão na casa. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai, que está no céu (Mt 5.13–16).
Helmut Thielicke faz a seguinte observação: “O sal e a luz têm uma coisa em comum: eles se dão e se gastam — e, portanto, são o oposto de todo e qualquer tipo de religiosidade egocêntrica”. Se entendermos de verdade nosso chamado cultural à luz do evangelho e o cumprirmos com fidelidade, não somente estaremos apontando para o legítimo Senhor da criação e da restauração, mas também amaremos nosso próximo. É a justiça, a paz, a alegria e a justiça do reino de Deus que propiciam o pleno desenvolvimento da vida humana, e são essas dádivas para sua criação que Deus confiou a nós para o bem do nosso próximo.
Trecho retirado do livro: