
A Lei da Pureza do Evangelho
A Reinheitsgebot e a Reforma Protestante
Em 1516, o Duque Wilhelm IV. von Bayern passou por um bar e bebeu uma cerveja. Teve uma ressaca enorme durante a noite e convencido que a culpada era a cerveja daquela taberna — que na época podia ser produzida com ingredientes bem estranhos, como fuligem, cal e até fezes procurando novos sabores — decretou naquele mesmo dia, 23 de abril a lei da pureza da cerveja — das Reinheitsgebot.
É uma história legal pra contar no pub. A verdade foi uma forma de regulamentar os preços do trigo e do centeio, além da falta de trigo para o pão na Alemanha e também uma estratégia de unificar um povo através de um tipo genuíno de cerveja alemã. Essa lei instituía que a cerveja deveria ser produzida apenas com estes três ingredientes: água limpa, malte de cevada e lúpulo. A levedura que ainda não era conhecida na época, foi incluída mais tarde.
Um ano e meio depois, no dia 31 de outubro de 1517, no Allhallowtide, o monge agostiniano Martinho Lutero, fixou 95 teses na capela do castelo de Wittenberg buscando reformar a teologia medieval. Isso deu o estopim para um movimento chamado Reforma Protestante, que justamente como a Reinheitsgebot, buscou trazer de volta a pureza, mas agora do Evangelho, que com o tempo fora corrompido. Essa Reforma acabou se desdobrando em cinco lemas: • Somente a Graça: não exclui a necessidade das boas obras para o aperfeiçoamento da fé; • Somente a Fé: que não exclui os Sacramentos como meios de graça; • Somente Cristo: não exclui a intercessão da Igreja Triunfante e a mediação da Igreja Militante; • Glória Somente a Deus: não exclui a honra devida aos santos, mártires e doutores da Igreja; • Somente a Bíblia: não exclui a autoridade da Igreja e da Tradição.
Que nessa data possamos voltar aos ingredientes originais e puros do evangelho, do pensamento e da cosmovisão cristã, para servir melhor a cidade ao servir melhor o Senhor dela.